quarta-feira, 18 de março de 2015

Primeiros dias

Kathmandu é uma cidade diferente do que se esperava. Sem nenhum padrão, as casas são coloridas e se amontoam, crescendo para cima e avante. Ruas estreitas e cheias de poeira. Muita gente anda com máscaras para evitar a poluição e gripes, o que pode ser assustador no começo. Esperei que a cidade fosse mais simples e menos "bagunçada". Esperava mais natureza, embora ainda tenha conseguido ver alguns macacos e outros animais na rua.

A vida começa bem cedo. Antes das 7 horas é possível já ouvir as buzinas e pessoas gritando. Os cães nem na madrugada descansam, latem praticamente a noite toda. Difícil entender porque.
Começamos nossa semana de preparação para o trabalho com yoga. Foi difícil dormir, acho que meu relógio biológico ainda não se ajustou. Acordei umas 4 vezes durante a noite. Mas às 7 horas o yoga já começava. Foi mais um exercício do que um relaxamento pra mim. Tudo treme em cada posição que se tenta. Senti cada músculo tentando me equilibrar.

Vista do acampamento

No primeiro dia, aprendemos a cozinhar alguns pratos típicos. Primeiro um chá. Anotem! Leite, água, pimenta do reino, gengibre, canela, mistura tudo depois de amassar os ingredientes e bota pra cozinhar. Ótimo pra garganta. Depois cozinhamos uma espécie de pastelzinho, chamado momo. Farinha e água, bem amassados e revirados. Repolho e cebola misturados e bem temperados com curry, e temperos prontos, tipo sazon em pó. Já vem prontos em caixinhas.

Ruas estreitas como se fossem becos
Tivemos aula de nepali, que é extremamente difícil. Principalmente a grafia. Consigo me lembrar apenas de kukur, que é cachorro. Aliás, existem milhões deles nas ruas. Deitados no meio das calçadas, sem incomodar e serem incomodados.

No fim do dia, fomos jantar na casa de uma família nepalesa. Bobi nos recebeu e conversamos por quase 2 horas. Os pais dela vieram do nordeste do Nepal, onde para chegarem precisam pegar um avião para as montanhas e caminhar por um dia. Quando ainda era criança veio para a capital. O irmão dela mora na Inglaterra, e ela depois de se formar em negócios pensa em talvez sair do país. O prato foi dal bhat (arroz, lentilhas cozidas e legumes cozidos no curry). Tradicionalmente eles comem com a mão, misturando tudo.

Mãos à obra! No segundo dia, depois do café da manhã fomos conhecer os projetos da Idex de perto. Uma organização nepalesa que ajuda pessoas em situações difíceis. Foi uma caminhada de horas, para checar o asilo e as escolas em que os projetos funcionam. Vimos templos, pessoas diferentes, alguns até me parecem brasileiros. Eles são bem misturados: chineses, indianos e algumas coisas mais. Eles vendem tudo pelas ruas, nas calçadas e em lojinhas bem pequenas. Com algumas centenas de rúpias você compra bastante coisa. Um dólar americano vale umas 99 rúpias nepalesas.

Eles são tão amáveis quantos nós brasileiros. Talvez até mais adaptáveis, imagino. Gostam de pintar nossas testas quando chegamos para dar sorte ou abençoar. Para os homens mais entre os olhos, para as mulheres mais próximo ao cabelo. E namastê é oi! Ta-ta! (Tchau!)


18 comentários:

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  2. adorei! mesmo sem fotos ou vídeos imaginei cada cena!

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  3. Namastê! Aproveite cada dia de bênção! #tamojunto e grande abraço

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  4. Rapaz, que aventura! Eu tinha um relógio e que, a cada hora, o pássaro saia e falava "cachorro" em nepalês...
    E haja tinta pra te dar sorte ou abençoar na sua chegada...pintar sua testa é quase um prédio de 5 andares.
    Hihihihi
    É pra vc matar a saudade das minhas piadas...
    Aproveita aew, mlk!! Abraços e beijos!

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  5. Olá, boa tarde!! Me chamo Erika e conversando com uma grande amiga Camila Moreira de Almeida, confidenciei um grande sonho que tenho que é de participar de projetos sociais em intercâmbios. Ela me indicou seu blog e eu resolvi mandar mensagem para tirar algumas dúvidas de como entrar em contato para me inscrever e quais os requisitos de seleção. Desde já agradeço sua atenção. Abraços e felicidades! Erika Dornelas.

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    1. Legal, Erika! Você é de Brasília? Eu achei o programa na CI, central de intercâmbio. Está sendo bem legal!

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    2. Sou de João Pessoa/PB. Vou procurar no google então se tem alguma sede aqui em JP da Central de intercâmbio! Obrigada

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    3. Pode procurar alguém que tenha contato com a Idex. A ONG daqui e que tb existe em outros países

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    4. Pode procurar alguém que tenha contato com a Idex. A ONG daqui e que tb existe em outros países

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  6. Dalai, amei o blog! Parabéns pela iniciativa. Você é o cara. Continue postando. Boa sorte! Namastê!

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  7. Bom saber que as experiências estão sendo boas. Não esqueça do isqueiro.

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  8. Olá Dalai, não sei se lembra do meu irmão,o Fernando, ele começou fazer yoga e disse q no começo é difícil mesmo. VC contando como é, só fico imaginando!! VC é o Cara!!

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    1. Hahauaja. N consigo imaginar Fernandinho fazendo yoga. Legal!

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    2. Hahauaja. N consigo imaginar Fernandinho fazendo yoga. Legal!

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