sexta-feira, 20 de março de 2015

Pashupati

Se você andar pelas ruas de Kathmandu, e de outras cidades do Nepal como um todo, você vai ver templos e pequenas "capelas". As três religiões dominantes são budismo, hinduísmo e cristianismo. Algumas pessoas, principalmente os mais velhos, estão sempre rezando, ou pintados com alguma cor, mas nada se compara à  Boudha estupa.

Bhouda estupa
A estupa é um templo de formato circular. Os olhos de Buda estão lá no topo, de onde saem bandeirolas até o chão e prédios próximos. É a maior estupa do mundo. Quando se chega até lá você só pode andar em um sentido, o horário. E além dos praticantes do budismo muitos turistas se envolvem e cumprem parte do ritual. A sensação é incrível, você se sente feliz e leve apenas por estar ali perto. E claro que eles não perderiam a oportunidade de vender. Inúmeras lojas cercam a parte interior da Boudha estupa.

Um barulho que se ouve muito nas ruas são pessoas escarrando e cuspindo. Parece um costume. Bem esquisito. As buzinas também já fazem mais sentido. É como em cidades do interior. Apenas para avisar que lá vem um carro ou uma moto.

Homens e mulheres religiosos em Pashupati
Como no Brasil existem alguns contrastes. Em um lugar sagrado porém triste, chamado Pashupati, cheio de templos e homens religiosos, moram também idosos abandonados. Um asilo publico com mais de 200 senhores e senhoras.  Nosso projeto cuida de uns 26. Alguns deles pelo que entendi até buscam este asilo. Muitos são cremados e tem as cinzas jogadas por ali, uma região abençoada. Outros possuem famílias pobres, que realmente não possuem condição. Alguns poucos tem problemas mentais. Vários perdem o movimento das mãos, não podem andar. Uma realidade bem triste.


Lavamos as roupas de cama, do corpo, arrumamos os quartos, varremos, demos comida, lavamos a louça. Muitos urinam nas camas ou se limpam nas toalhas, então é preciso ficar atento para deixar a roupa limpa. Fazemos tudo em baldes, mergulhando, esfregando e torcendo.

Isso me faz pensar em como precisamos cuidar uns dos outros. Principalmente nossos familiares. Eles são bem carentes, gostam de segurar as mãos dos voluntários, que dancemos ou cantemos, mesmo que não entendam as nossas línguas.

Para terminar de forma leve, Bollywood. Vimos um filme com 3 horas de duração e um intervalo de 10 minutos. O filme era cheio de caras e bocas, atuações exageradas, mais que novela mexicana. Ele poderia facilmente ser cortado. Mais da metade da segunda parte. História de amor, ação, vingança. De certa forma é divertido. Bollywood ainda ganha o mundo.

10 comentários:

  1. Filho, essa sua experiência será mesmo inesquecível!

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  2. A cultura daí é diferente viu!!! Cada coisa

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  3. amigo, se kathmandu fosse uma cidade do brasil, qual seria? ficaria em qual estado? as pessoas sao mais nordestinas (calorosas, receptivas, extrovertidas) ou mais brasilienses?

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    1. Migs, Kathmandu seria talvez recife...salvador, sem praia. Bem mais pros nordestinos do que brasilienses .

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    2. Migs, Kathmandu seria talvez recife...salvador, sem praia. Bem mais pros nordestinos do que brasilienses .

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  4. Gostei do equilíbrio dos antagonismos do teu texto. Qto as cidades e costumes, creio que acertou, está mais para o NE, no entanto, mais para o Sertão. Infelizmente não o apresentei para ti e nem para os irmãos como deveria.

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  5. Fantástica experiência! Não se deixe segurar pelo lastro da saudade. Um mês é pouca coisa, é quase nada. E vc retornará como um sopro de ar novo para os seus.

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